Ás margens do Ipiranga
A calmaria toma conta da cena. O riacho está silencioso e parece imóvel. O vento toca suavemente as folhas das árvores que dançam em uma maestria fenomenal.
As águas límpidas e quietas do Ipiranga espelha apenas o sol, o céu azul e as montanhas distantes que fazem o fundo desta paisagem paradisíaca. Tudo está silencioso e Curumim sentado sobre uma pedra olha para o rio e admira toda aquela paisagem no espelho de água. Em pouco tempo o Ipiranga fica turvo e surgem formas de cavalos e cavaleiros com vestes imperiais sob a água. Curumim está ali imóvel... Ele prefere olhar para as águas do que para aqueles homens... Até que D. Pedro parou e disse a um desconhecido: "Nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal!". Arrancou então do chapéu o laço azul e branco que simbolizava o governo português e jogou-o fora, dizendo em seguida: "pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu deus, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou Morte".
Acontecia o grito do Ipiranga. Curumim correu para a mãe que estava em uma cabana coberta de folhas de coqueiro, onde ele vivia com mais 25 irmãos, e disse: Mãe, corre cá mãe! D. Pedro rebelou contra Portugal. Somo uma pátria. A gente é livre. E a mãe retruca: Filho, você pelo menos sabe o que significa liberdade e independência?
Era 7 de setembro de 1822.
Deixe seu comentário